terça-feira, 14 de junho de 2011

Obras do Fielzão - a torcida está de olho

Corintianos fiscalizam ritmo das obras de estádio em Itaquera
Escriturário aposentado afirma que incorporou visitas à rotina.
Grupo de amigos acredita que trabalhos evoluem bem.
Roney Domingos Do G1 SP
Alício e Maria de Lurdes acompanham obras do futuro estádio do Corinthians (Foto: Roney Domingos/ G1 )
Quinze dias após o início da terraplenagem do estádio do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, o canteiro de obras atrai torcedores do time e moradores do bairro que acompanham o ritmo das obras. Corintiano desde que nasceu, o escriturário aposentado Alício Mariano, de 76 anos, incorporou à rotina visitas frequentes ao terreno ao lado da Radial Leste, como fez nesta segunda-feira (13).
"Levanto, tomo banho, faço barba e venho. É como se fosse uma obra minha. A gente tem de acompanhar para ver como está. Pelo menos um dia vou poder dizer para os meus netos, eu vi a fundação daquilo ali." Mariano leva sempre a mulher, Maria de Lurdes Lima Mariano, de 64 anos. "Já viemos umas 30 vezes", diz ela. Mas ele corrige: "Umas cinco ou seis vezes". O casal fica cerca de uma hora observando o trabalho. "A gente fica falando como vai ser o dia do jogo", afirma. Moradores na Vila Progresso, a cerca de 3 km do estádio, eles tomam ônibus ou vão a pé para fazer a checagem. O casal chegou a pensar em vender a casa e mudar para Santo Antônio da Posse, no interior de São Paulo, mas o início da construção adiou os planos. "Vamos ver essa obra primeiro", diz Alício.
Técnico em manutenção elétrica, Nelson Cavalcante, de 45 anos, também acompanhava as obras na tarde de terça-feira, acompanhado pelos amigos Julio Alves, de 71 anos, e Melquíades Alves Costa, de 68 anos. Os três corintianos estão otimistas com o andamento das obras. "Pelo ritmo da obra não está mal, não. Quem conhece como a gente que está aqui todos os dias, vê que já foi tirado bastante coisa. Acho que está dentro do cronograma que eles estipularam", diz Melquíades. "Está legal. Está bom aqui para nós", diz Julio Alves. "Vi que adiantou bastante", afirma Nelson.
Morador do quinto andar do Condomínio São Francisco I, que tem janela de frente para o futuro estádio, João Gomes, de 79 anos, ainda não tem certeza de que será possível assistir aos jogos de dentro de casa. "Acho que não. Deve ser fechado", afirma. Também corintiano, o supervisor de segurança Carlos Eduardo Gomes Garcez, de 44 anos, filho de João Gomes, acredita que, depois do Metrô e do Poupatempo, o estádio deverá levar valorização ao bairro. "Estão valorizando. No ano passado, o apartamento valia R$ 130 mil e agora vale R$ 150 mil. Tem imobiliárias procurando, mas ninguém quer saber de pôr para fora", diz João Gomes.


Essa foto foi tirada no dia do churrasco em frente as obras do Fielzão

Obras
As obras do estádio do Corinthians começam a modificar a paisagem nas imediações da estação de Metrô Itaquera. Nesta segunda-feira, operários de uma empresa de engenharia trabalhavam no levantamento topográfico complementar para as obras de construção da alça de acesso que vai ligar a Radial Leste ao futuro estádio. O topógrafo Jorge Alves conta que o trabalho começou na sexta-feira. "Quem sabe os detalhes é a Dersa", afirma. Procurada pelo G1, a Dersa informa que ainda prepara o processo de licitação para a obra.
Com camisa da Odebrecht, o operário Antonio Souza da Silva, de 52 anos, trabalhava na tarde de segunda-feira para retirar o capim da faixa de dominio dos dutos da Petrobrás que passam perto do estádio do Corinthians. "Estamos marcando o terreno para a máquina não chegar", diz.
Procurada pelo G1, a Transpetro informa que já tomou todas as medidas técnicas e obteve todas as licenças necessárias para viabilizar o desvio do trecho dos dutos Osvat 22 e Osvat 24, que passam sob o terreno onde será construído o estádio. A empresa diz também que aguarda uma definição dos empreendedores do estádio a respeito do investimento necessário para as obras de reposicionamento dos dutos, que não serão realizadas pela companhia. Segundo a Transpetro, o desvio dos dutos pode ser iniciado tão logo a questão financeira seja equacionada.

Balanço
Segundo a Odebrecht, os trabalhos para construção do futuro estádio do Corinthians, iniciados no dia 30 de maio, avançam com 115 trabalhadores mobilizados e a aplicação, para os serviços de terraplenagem, de aproximadamente 60 equipamentos, entre eles 37 caminhões basculantes, quatro escavadeira, três tratores e rolos compactadores.

Além da construção do muro de fechamento em torno do canteiro, estão em andamento os levantamentos topográficos da área de implantação do estádio. Paralelamente iniciaram-se a limpeza e os acertos do terreno para a relocação dos dutos da Transpetro. Seguem ainda as adaptações das edificações existentes para as futuras instalações dos escritórios, refeitório, vestiários, sanitários, ambulatórios e almoxarifado.
Balanço das principais atividades aponta volume de escavação de 10.183 metros cúbicos, 50 mil metros quadrados de limpeza de terreno, aterro de 4.528 metros cúbicos, transporte de material, execução de caminhos de serviço para execução da obra e sinalização e implantação de segurança do trabalho.

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